A maioria dos capixabas que protestou em Vitória, na noite desta quinta-feira (20), chegou a sentar no chão diante das provocações de vândalos, que atearam fogo na fachada do Tribunal de Justiça. A técnica para diferenciar-se dos baderneiros é uma estratégia adotada, há muitos anos, por manifestantes argentinos.
Desde a última segunda-feira (17), quando foi realizado o primeiro protesto na capital, a técnica ganhou força nas redes sociais. Mas, por aqui, a ideia não deu muito certo.  Instantes após terem sentado no chão, os manifestantes saíram correndo. Rumores de que vândalos realizavam arrastões em frente ao Palácio da Justiça amedrontaram os manifestantes, que se dispersaram.
A segunda manifestação desta semana na capital capixaba seguiu um cronograma diferente da realizada na segunda-feira, quando 20 mil manifestantes atravessaram a Terceira Ponte em direção ao município de Vila Velha e se reuniram próximos à Residência Oficial do governador para protestar.
Desta vez, o protesto começou por volta das 17h40, quando os capixabas deixaram a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em direção ao pedágio da Terceira Ponte. A passeata percorreu as avenidas Fernando Ferrari e Reta da Penha. Em seguida, os manifestantes caminharam em direção ao Tribunal de Justiça, passando pela Assembleia Legislativa do Estado, mas boa parte das pessoas voltou a subir a ponte, dividindo o movimento.
Um grupo também saiu de Vila Velha e se concentrou na Praça do Pedágio. Durante o trajeto, os dois sentidos da via foram ocupados pelos manifestantes. A concessionária Rodosol liberou as cancelas.
De acordo com a Polícia Militar, o protesto reuniu mais de 100 mil pessoas na capital. A manifestação terminou com cenas de depredação de prédios públicos como o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, e Assembleia Legislativa. Na praça do pedágio da Terceira Ponte, as cabines foram saqueadas e incendiadas.