Servidor Público do Hospital Municipal Adolfo Bezerra de Menezes em Jaguaretama Desabafa Sobre A atual situação da saúde Pública do Municipal.

Servidor  Rebate  as Crísticas do Vereador  Dr Emiliando  sobre o setor de fisioterapia   Agnorberto P. Peixoto
Dr. Emiliando 
D    Enquanto fisioterapeuta e servidor efetivo da Unidade de Fisioterapia do Hospital e Maternidade Adolfo Bezerra de Menezes – HMABM, fui afetado pessoal e profissionalmente pelas declarações que prestou o vereador Dr. Emiliando Raimundo da Silva em sessão plenária do dia 04.11.2013 sobre a situação atual da Saúde pública de Jaguaretama, em especial da Unidade de Fisioterapia do HMABM, portanto, aproveito a oportunidade de utilizar este veículo informativo de circulação no âmbito do município, para esclarecer os fatos e prestar algumas informações:

1. Medicina e Fisioterapia embora sejam ciências complementares e pertencentes ao mesmo campo de atuação, são distintas no que concerne ao “saber” e atuação técnico-científica: de um modo geral, o médico atua sobre a etiologia/nosologia (CAUSA) das doenças, enquanto o fisioterapeuta atua sobre as disfunções que as doenças acometem aos órgãos e sistemas, cada qual se utilizando de recursos e técnicas terapêuticas distintas e que lhes são próprias. É aqui que se situa a grande diferença entre uma e outra;
2. A prescrição do tratamento seja ele fisioterápico ou médico obedece a critérios clínicos e funcionais verificados durante a consulta fisioterápica ou médica, sendo que ambas são independentes e diferem entre si nos objetivos, portanto a prescrição do tratamento fisioterápico é prerrogativa única e indivisível do profissional fisioterapeuta e vice-versa;
3. A Resolução Nº 424/2013 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO estabelece o Código de Ética Profissional do Fisioterapeuta e determina em seu Capítulo II, Artigo 10 e Alínea IIb, ser proibido ao Fisioterapeuta recomendar, prescrever e executar tratamento ou nele colaborar, quando atentatório à moral ou à saúde do cliente/paciente/usuário;
4. Desde o primeiro semestre de 2012, a Unidade de Fisioterapia do HMABM vem padecendo com o contínuo sucateamento de seus equipamentos terapêuticos, a maioria deles adquiridos a mais de 12 (DOZE) anos. Atualmente a Unidade dispõe de apenas um equipamento terapêutico (APARELHO DE CORRENTES GALVÂNICA E FARÁDICA) dentre os 06 (SEIS) outrora existentes;
5. As atuais condições de trabalho da Unidade de Fisioterapia tornam inviável e/ou impossível o atendimento a cerca de 80% dos procedimentos fisioterápicos listados no Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA do Sistema Único de Saúde – SUS; 
6. A média de atendimentos da Unidade de Fisioterapia nos anos de 2008 a 2011 situava-se entre 20 e 30 atendimentos/dia, tal média vem caindo constantemente desde 2012 e atualmente situa-se no patamar de 7 a 10 atendimentos/dia;
7. Atualmente existe uma lista de espera superior a 100 (CEM) nomes de pacientes cuja situação clínico/funcional é inviável e/ou impossível de ser tratada na Unidade de Fisioterapia do HMABM;
8. Foram enviados em janeiro e agosto do corrente ano pelos profissionais da Unidade de Fisioterapia ao Executivo municipal e Secretário municipal da Saúde, ofícios solicitando a resolução dos problemas da Unidade, inclusive com lista completa de equipamentos terapêuticos e acessórios necessários.

Agnorberto P. Peixoto
               É de conhecimento público que o vereador Dr. Emiliando afirmou na especificada sessão plenária que “do seu ponto de vista médico os atendimentos de Fisioterapia não necessitam de equipamentos terapêuticos e podem ser executados usando-se simplesmente as mãos”, assim como claramente deixou transparecer em suas afirmações que “a responsabilidade pela extensa lista de espera para atendimento hoje existente na Unidade de Fisioterapia do HMABM é de responsabilidade única dos profissionais lá lotados e que presumivelmente, recusavam-se a atender os pacientes necessitados”. Diante disto, chego à conclusão de que o referido vereador ultrapassou em muito o escopo de seu conhecimento e atuação profissional, seja por total desinformação ou talvez por pura irresponsabilidade pública, uma vez que o mesmo possui formação médica e não fisioterápica, portanto, não possui o adequado conhecimento técnico-científico para identificar, prescrever ou explicar qualquer elemento técnico-científico pertencente à área da Fisioterapia. Ao contrário do que afirmou o vereador, é impossível, inadequado ou inviável em cerca de 90% dos casos, realizar um atendimento fisioterápico utilizando-se exclusivamente de técnicas terapêuticas manuais (TÉCNICAS QUE UTILIZAM APENAS AS MÃOS DE FORMA A INTERFERIR BIOMECANICAMENTE EM TECIDOS E/OU ARTICULAÇÕES), sob risco de ocasionar danos à saúde do paciente, pois o tratamento seria incompleto e ineficiente, um exemplo simples disto é a síndrome clínica denominada Lombalgia, ou popularmente, “Dor nas costas”, onde os processos álgico (DOR) e inflamatório preexistentes não permitem manipulações prévias, havendo inclusive risco de agravamento do quadro se forem utilizados recursos terapêuticos manuais de imediato. Desta feita e diante das inadequadas condições de trabalho da Unidade é correta a decisão de não realizar o atendimento, cabendo ao profissional responsável informar ao paciente os motivos da impossibilidade, sob o risco de atentar contra a saúde do paciente e infringir postulado ético-profissional. Novamente contrariando as afirmações do vereador Dr. Emiliando, ficou evidente que os fisioterapeutas hoje lotados na Unidade de Fisioterapia do HMABM exercem suas funções com zelo, decoro e voluntariedade, dentro dos limites éticos impostos à sua profissão. Considero ainda que, ao contrário dos administradores diretos da Saúde jaguaretamense, o Executivo municipal vem exercendo energicamente a sua parte no tocante a buscar soluções para os problemas atuais desta secretaria, uma vez que promove repasses da ordem de cerca de 28% do montante arrecadado pelo município, ou seja, quase o dobro dos 15% preconizados nos postulados legais. 
               Sem mais para o momento, reafirmo o compromisso de prestar os devidos esclarecimentos aos usuários da Unidade de Fisioterapia do HMABM e informo que, ao contrário do que deixou transparecer o vereador Dr. Emiliando na sessão plenária do dia 04.11.2013, a minha responsabilidade perante a Unidade de Fisioterapia limita-se ao atendimento profissional por mim prestado, uma vez que não possuo nenhum cargo de gestão perante a mesma.  Sem nada mais para o momento, reitero protestos de elevadas estima e consideração ao povo jaguaretamense.
Giro da Noticia 190

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